“Marcha pela Maconha”. Era só o que faltava!!!
* Eraldo Amorim
Parece que não tem mais o que se inventar, nem o que ser reivindicado no que diz respeito aos direitos do cidadão brasileiro. No último mês de maio, um grupo de indivíduos sem ter o fazer e nem o que defender, alastrou uma idéia nada mais que intransigente e perversa na intenção de legalizar o uso da canabis sativa, a maconha.
O movimento pró-maconha tem a intenção de promover a marcha pela descriminalização em dez cidades brasileiras. Em Salvador foi suspensa por uma liminar da justiça. Em João Pessoa, capital que estava cotada para ser palco deste evento também foi impedida. O juiz de direito, André Ricardo de Carvalho Costa, fazendo uso dos seus poderes e do bom senso suspendeu a tal marcha descabida.
Uma das alegações para que seja estabelecida a legalização do consumo da maconha é que a ela causa menos mal a saúde do que o álcool e o cigarro. Outra justificativa consiste no fato de que os usuários dessa droga são tratados como criminosos e, dessa forma, mal vistos pela sociedade. Eticamente, qualquer droga, seja ela qual for legal ou ilegal (exceto os medicamentos devidamente utilizados sob prescrição médica), é um grande mal para a sociedade e para a saúde humana. Por outro lado, a Maconha está cada vez mais se popularizando entre as camadas mais elitizadas da sociedade. Cresce o número de artistas, profissionais liberais, médicos e até mesmo políticos, gente de boa reputação e destaque social que afirmam sem receio que usam ou que já experimentaram a canabis, esbanjando a falsa impressão de que fumar faz bem e que é sinônimo de status e liberdade. O que se esconde por trás desse ato é o desejo de fugir da realidade e dos problemas existenciais, uma maneira de matar a ansiedade e encontrar um refúgio para “descarregar” o estresse da vida cotidiana.
Sabe-se que antigas civilizações utilizavam a maconha como instrumento de cura e calmante, mas não se sabe efetivamente quais os efeitos terapêuticos desta erva, pois são mais de 400 substâncias existentes e suas pesquisas são inconclusivas.
Segundo o relatório da ONU, há 144 milhões de usuários espalhados pelo mundo. No Brasil, houve um crescimento no consumo dessa droga em torno de 2,8% a 7,6% entre os anos de 1987 a 1997, e o que é pior, entre os jovens de 10 a 19 anos. Estudos revelam que o consumo da maconha aumenta 56% de possibilidade de consumo de outro tipo de droga. Ou seja, é uma porta de entrada para drogas mais pesadas como a heroína, LSD, cocaína e o crack, que leva milhares de vidas à escravidão e à dependência química, num caminho muitas vezes sem volta. Muitos jovens que encontram satisfação no primeiro trago de um cigarro de maconha acabam, pelo uso contínuo, sob o domínio do vício. Sem querer fazer julgamento aos usuários da droga, a maconha é sempre uma estrada que não leva a lugar algum a não ser à destruição dos valores positivos do caráter do ser humano, tão escassos hoje em dia. Defender a legalização dessa droga, negligenciando outros direitos como educação, saúde, segurança e o direito a uma vida digna do cidadão, é uma atitude no mínimo irresponsável e inconseqüente.
Na família, os pais são os que devem estar atentos ao comportamento dos seus filhos, quais os lugares que freqüentam e com quem costumam andar, para que depois não venham a sofrer pela a omissão. O drama dos viciados é o drama de toda a família, todos sofrem. O vício das drogas conduz a distúrbios psicológicos desastrosos e é totalmente danoso à estrutura social da família e do meio na qual está inserida, a sociedade. Então, é hora de repensarmos sobre a legalização de drogas que matam pessoas mundo afora. A bebida, por exemplo, é a causa principal de assassinatos e de acidentes de trânsito.
Investir na educação dos jovens e os adultos para que defendam a vida é o melhor caminho, e não aumentar ainda mais o problema legalizando drogas que pervertem a conduta dos indivíduos. Os meios de comunicação (principal formadora de opinião), as instituições religiosas, as escolas (com seus educadores bem informados e formados), devem se unir na construção de uma sociedade mais salutar, sem violência, sem mentiras e sem mortes fúteis e inúteis. Que os jovens aprendam a valorizar a vida, ter esperança e a confiar na própria família.
* Teólogo, geógrafo e especialista em Meio Ambiente. (15 / 06 / 2008)
sexta-feira, 20 de junho de 2008
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