sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

No Nordeste, caatinga sofre processo de desertificação

Na caatinga, a terra parece destruída. É imagem típica de lugar onde chove pouco, mas tem muita vida. (REPORTAGEM DO BOM DIA BRASIL)
O mandacaru carregado de frutos, os gravetos que dão lugar ao verde exuberante. A cada período de chuva o conhecido cenário da seca no Nordeste revela a riqueza da vida na caatinga. "Dentre as áreas semi-áridas do mundo é a mais rica em plantas, em animais, em diversidade", comenta Rodrigo Castro, da Associação Caatinga. A caatinga ocupa 10% do território nacional. Espalha-se por quase todos os estados do Nordeste e pelo norte de Minas Gerais. Neste bioma de solo seco, pedregoso e de arbustos que perdem as folhas nos meses de seca, vivem mais de 20 milhões de brasileiros, 995 espécies animais e outras mil vegetais, 40% delas só encontradas aqui. "É uma área que é vista como muito pobre, mas, na verdade, ela tem muita riqueza", diz Rodrigo Castro. Riqueza ameaçada pelo mau uso da terra. O terreno do agricultor Francisco Nogueira Neto sofre as consequências do desmatamento e das queimadas que costumam ser feitas para preparar o solo em época de plantio: “Cada vez destruiu mais, porque queimou o pouquinho que tinha de matéria orgânica. Não serve para nada". A Fundação Cearense de Recursos Hídricos comprovou, com imagens de satélites, que 10% da área da caatinga no estado, equivalentes a mais de 15 mil quilômetros quadrados, estão em processo de desertificação. A terra não produz mais nada. Mas, há projetos para recuperá-la. "Você vai em uma parte mais florestada, você recolhe todo esse resto de folha que tem no chão e vai tentar jogar aqui em cima, porque a gente vê aqui como se o solo já não tivesse mais vida e, na hora que você traz vida de outro ambiente e joga aqui dentro, a tendência dela é criar vida também", explica a engenheira agrônoma Sônia Barreto de Oliveira. As mesmas rochas que tornam o solo da caatinga raso e sem capacidade de absorver a chuva podem ser usadas como solução para acumular água e para evitar a degradação das áreas de plantio.
Com as pedras são feitas barreiras para reter a água da chuva. Isso impede que ela escorra pelo terreno levando embora a matéria orgânica e provocando erosão. É o que o agricultor Napoleão Silva vem fazendo. Ele mesmo instala as barreiras. Aprendeu a medir a distância necessária entre elas e a cuidar bem desta terra: "Você repara que a gente estando no meio do sol sem uma camisa; a proteção nossa é a camisa. a terra, se o cabra deixar a terra nua, ela vai se acabar". Mas, com medidas simples como esta, vai continuar oferecendo o sustento e mantendo a vida do sertão. "Graças a Deus, nos anos que vem correndo bem, o sustento a gente tira. A terra é boa", conta o agricultor Benigno Sobrera Batista.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UMA IGREJA DÚBIA


Já é a segunda vez que sai no site da Catedral de Campina Grande artigos de alto teor discriminatório e que revela a face de uma Igreja cada vez mais preconceituosa e hipócrita. O artigo do então arcebispo de João Pessoa-PB, aquele mesmo que apareceu nos programas eleitorais do então governador cassado, depois trabalhou nos bastidores para eleger seus amigos (há quem diga que a sua arquidiocese recebeu uma gorda doação), escreve uma matéria sob o título: Homofobia.
Todos nós sabemos a posição da Igreja em defesa do casamento hétero, mesmo quando não permite o casamento de padres. Todos sabemos também da sua defesa da vida, posições relevantes contra o aborto e outros crimes, luta esta mais que justa. Mas sabemos também que no decorrer da história não foi sempre assim. A Igreja que se diz santa, a única representante de Cristo na Terra, matou, perseguiu e prendeu aqueles que pensassem diferente dela. Ainda hoje as atitudes da Igreja Católica estão longe de ser a de uma instituição que se diz a única expressão do Reino de Deus, pois esta procura de todas as formas discriminar os casais homossexuais, não defendendo os seus direitos, já que também estes pagam seus impostos, constroem uma vida juntos, enfim, são pessoas que também vivem no amor e que apenas reivindicam um mínimo de respeito e de igualdade.
Porque a Igreja, neste caso o senhor arcebispo de João Pessoa não escreve um artigo explicando o seu pacto com os poderosos da política e da sociedade? Por que não vem explicar a público o grande número de padres pedófilos e também homossexuais? Por que ao invés defender apenas a instituição familiar hétero, não vem destacar os grandes benefícios que pessoas homossexuais deram e dão à sociedade? O fato é que a atitudes de pessoas como estas revelam a dubiedade da Igreja, pois conhecemos fatos que desgastam a imagem daquela que tem mais de 2000 anos de história, entre trevas e luzes.
O povo não é mais besta. As ovelhas conhecem seus pastores e sabem distingui-los dos lobos ferozes e dissimulados. Falta apenas coragem para falar e limpar os porões empapados de sujeiras e de hipocrisia.