terça-feira, 17 de novembro de 2009

ACORDO AMBIENTAL - MIRIAM LEITÃO

Miriam Leitão: Mundo não pode mais esperar por acordo ambiental

O presidente Obama pode ter começado a mudar o discurso em relação à reunião sobre o clima, após a grita geral. Pegou mal para ele. O mundo não pode esperar mais um ano, até porque, na reunião do ano passado, o mundo resolveu dar mais um ano aos Estados Unidos, que aliás já estavam dez anos atrasados, porque Barack Obama estava assumindo e disse que lideraria o mundo para chegar a um acordo. Agora, pede mais um ano? Ano que vem, a situação dele será pior. As eleições de meio de mandato já terão passado e Obama pode perder o controle das duas casas, como tem hoje. O presidente Lula tem razão de cobrar uma posição firme de China e Estados Unidos. Ele está com moral, porque o Brasil vai a Copenhague com uma meta oficial, mesmo que não seja obrigado a isso. Isso significa uma mudança radical na posição brasileira, que dizia não ter obrigação ou compromisso. A conta é a seguinte: o Brasil projetou o que vai aumentar de emissão de gases de efeito estufa até 2020. Falou que vai reduzir nessa trajetória. O que a Europa está fazendo é reduzir em relação aos níveis de 1990. É mais ou menos assim: duas pessoas estão engordando. Uma diz o seguinte: vou emagrecer – recuar o que eu era antes e diminuir um pouco. O outro (no caso, o Brasil) diz: vou chegar a tantos quilos em 2020. Quero reduzir o que eu engordaria. Ou seja, o Brasil está cortando no crescimento de emissão futura. Europa e Japão cortam em relação ao passado. O governo de São Paulo também está cortando em relação a 2005, assim como a proposta dos Estados Unidos. Outra coisa é que o Brasil denunciou, desde o primeiro momento dessa conversa entre os dois maiores sujões do planeta, que isso é uma espécie de G2. Os dois se reúnem para dizer que vão colocar água no chope de Copenhague. O Brasil está certo, inclusive o presidente Lula disse que ia ligar para EUA e China depois de combinar com o primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, e com o presidente da França, Nicolas Sarkozy.

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